sexta-feira, 22 de junho de 2007

PEROLA NEGRA


Difícil é não reparar quando ela passa.
As flores sorriem
Os pássaros cantam
Os homens se curvam
E as mulheres paralisam

É toda presença.

Tenta disfarçar-se em meio a trajes negros
Camufla-se
Mas sem perceber, desfila.
O seu sorriso tem um alcance maior que as parabólicas.
Irradia

Da cabeça cabeleira raspada
Nasce brotinhos de um novo ser
Aos poucos se transforma
Agora com 3 “ponto” 0 um novo caminho
Novas perspectivas apontam um horizonte mais colorido

Sabes pintar o rosto, enfeitiça crianças.
Colori o espírito
Sabes dar a mão sem pedir
Abraçar e sentir
Conforto fofo como uma cama de algodão

Moleca,tropeça, trupíca.
Cambaleia, carambola, cambalhota.

Menina

Das meiguices de criança
Uma mulher imcomparável.

Um foco
Um gesto
Uma voz
Um tom
Aplausos

A atriz encanta, canta, cantarola
Sabes como é rico a profissão que tem
É dom, é verdade, é trabalho.
Passa a mensagem aos olhos arregalados com sua representação.
Sabe que é possível, acredita que as coisas “MUDI”.



Mas tem temperamento ácido.
É instável
Como o tempo de São Paulo, muda de fases.
Surpreende, assusta, impressiona.
Explode se necessário.

Como um gato:
Arranha
Observa
Seduz
E ataca.

É geminiana, é fato.

Mas é delicada.
Frágil, uma pedra preciosa.
Perola Negra
Embrulhada num pequeno pano de camurça
A escondo no cantinho falso da minha caixinha de madeira.



Antonio Ranieri
20/06/2007