segunda-feira, 12 de novembro de 2007

LAMENTO À COVARDIA


Mais vale eu viver a vida com dignidade e como homem, do que morrer covarde atrás de um arbusto com medo de encarar a vida.



Eu acreditei no seu portugues, no portugues das palavras, no portugues da gramática, mas descobri que você não é bom de portugues, porque você não soube usar as palavras ou elas "elas" não foram verdadeiras. Porque você não soube usar a gramática, não sabendo ao menos como empregar um ponto final.
Se sou livre para voar me pergunto:
Porque sonhei, me apaixonei, me iludi, me ceguei, me permeti, me imaginei feliz em sua gaiola como um beija-flor capturado por provar o nectar de uma flor?
Agora é tarde demais, você foi embora.
Mas o tempo sabe bem o que fazer, deixa a chuva lavar para curar a ferida que insiste em sangrar..., mas vai fechar.
Com os olhos banhados d'agua percebo como tudo é um pretexto para maquilar nossos sentimentos, nosso ego, nossos desejos, nossos medos, nossos anseios. O como eu fui um pretexto momentaneo em sua vida para seu prazer.
Olhando no espelho, só me resta o lamento. Lamento por mim, lamento por ti, pelo "amor", pela vida, pela credibilidade ou a falta dela, pela dor, pela saudade daquilo vivido e mais ainda do que não pudemos viver, porque você conseguiu assassinar um prematuro que não chegou a engatinhar. Este, você tirou do chão e brutalmente atirou ao precipício, este: O amor.
Lamento pela sua fuga covarde de não me olhar nos olhos; pela minha voz que ficou presa e que dilacera minh'alma; pela falta de persistência; pela sua falta de maturidade, consideração, carinho, respeito, dignidade, hombridade, humanidade, sinceridade que você não soube excercer.
Lamento pela sua covardia.
Lamento pela minha falta de você e por não aceitar a sua rejeição... lamento.
Hoje não mais me importam os lamentos, os arrependimentos, as palavras. Hoje não me importa o nosso amor, porque você o transformou em inútil.
Hoje cabe a mim a conformação, a aceitação, a continuidade da vida.
Hoje não sofro pela falta de amor que você deixou de me dar, sofro por ter creditado à você a pessoa que sonhei pra mim e não a pessoa que você verdadeiramente é.
Sofro pelo meu erro; porque me faltam forçar para prosseguir; porque me faltam esperanças; porque me faltam palavras; porque hoje, ao menos hoje eu não quero mais te ver. Hoje, ao menos hoje eu não tomarei minha dose de você porque esta poção é mortifera.
Sofro porque não consigo mais chorar porque as lágrimas se empedraram, restando apenas a falta de ar.
Sofro porque te "odeio".
Sofro porque sei que minha abstinência de você uma hora vai passar.
Mais sofro mais ainda por que sou eu que marcarei aquilo que você deveria ter registrado. A palavra que apartir de hoje mentalizo, pelo menos até me erguer, me desacorrentar de você, criar assas e novamente voar. Esta palavra: Fim.



Antonio Ranieri - 10/11/2007 - às 15:30