sexta-feira, 24 de julho de 2009

Instinto Pintado em Fênix


Se diário, se agenda, se calendário, se reta, se meta, se seta, se risco, se vivo, se infinco, se permito, se caminho, se proponho ou sonho; não importa. Consolido!


Enfim,
Olhando sempre na linha do horizonte
Viver sem medo.
Beijando me como um beija flor com sede.
Pele doce como o néctar necessário.

Da minha história
A única verdade.
A ansiedade o contraponto do equilíbrio
A necessidade, uma prioridade.
É redundante?

Acreditar
Confiar em mim e no outro.
No outro?
Sim, no outro!
Instinto pintado em fênix.

O Amor como a única ação.
Transformadora
Inovadora
Renovadora
E removedora.
Traço preciso como tatuagem
Espelho de si.

A paciência deixou de ser palavra
Virou símbolo.
Calar-se valorizou mais que moeda de troca.
Ser generoso no reflexo.
Amante na medida.
Menina dos olhos.

E por fim
Orar por lucidez.
E um dia eu. Eu ancião
Repousando minha carne
Num balanço fincando entre duas macieiras
Sorrindo e sentindo a brisa do mar.
Dizer sem medo que vivi.
Como um belo jogo.
Descobrindo e me aventurando
Como os caça tesouros
Que eu li nos tempos de menino



Antonio Ranieri - 22/7/09

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Os Macaquinhos de Piada



“ Não me interesso como as pessoas se movem e sim o que as movem”. Pina Bausch. (In memorian)



Matar ou morrer?
Abrir ou esconder?
Ser feliz ou entristecer?


****


No mundo do “Operação Abafa”, tenho percebido que estão todos se transformando em macaquinhos de piada. O CEGO, O SURDO E O MUDO.
O Cego se nega a ver as coisas que estão acontecendo a sua volta, os crimes passionais, os desastres naturais, as incompetências pessoais.
O Surdo se limita a não prestar atenção no outro. Não ouve um pedido de ajuda, não se dispõe a novas conquistas, não se abre ao que tem de mais humano. Este ao meu ver, é o pior dos “macacos”.
Já o Mudo, contenta-se em calar diante as atrocidades diárias, teme tomar qualquer posicionamento que o retire do estado confortável e mediocremente raso.
Em tempos de despedida, percebo que a mãe natureza “ta fazendo a rapa”. Um a um são levados para O Lugar Desconhecido. Uns são transportados em grupos, outros individualmente, mas todos com os seus medos, incertezas, glórias e histórias, são levados. Todos deixaram suas marcas independente do sucesso. Todos fizeram parte da vida de um outro ser humano e isso é o que há de mais lindo, A TROCA.
Se ser feliz é um estado de espírito? Porque tantas pessoas mesmo se elevando a seres supremos sofrem tanto? Pergunta angustiada do meu coração!
Passagem?
Ensinamento?
Carma?
Respostas que só saberemos ao decorrer da nossa caminhada, sozinhos, e no momento certo. Os desavisados dormirão durante toda a vida, passarão sem perceber o mágico que nela contem, não aprenderão nada, nem saberão o valor de um abraço verdadeiro. E depois de tudo, sem chances a mudanças, com os amigos em volta de si e olhos vedados, acordarão.
Em conversas depressivas de café, um amigo me disse:
- Nós só sofremos Tanto, porque queremos e tentamos melhorar!
Nossa como aquilo atacou meu fígado, e olha que não foi por causa do café pois não tomo. Conhecer-se, é um corte necessário em nossas entranhas, ficam cicatrizes, e uma vez começado não tem como você retroceder. Ir até o final é uma ordem. Querer voltar ao ponto de partida é impossível.
Neste caso se você iniciou sua jornada, não se acanhe, nem se desespere. A vontade de gritar e pular da ponte virá muitas vezes, pois o sofrimento faz parte do Menu, não é opcional. Mas saiba que é possível sim, você encontrar um recanto qualquer em anjos discretos que existem por ai. Como “Blanche Dubois”, ainda é possível acreditar na bondade humana, mesmo que possa aparecer que em volta de si só existam macaquinhos de piada.

Antonio Ranieri 03/07/2009.