sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Descompasso




Será que é amor?
Será que incomoda?
Será que resseca a boca, dói o peito, revira o estomago, ou simplesmente da náusea?
Será que faz tremer?
Vento soprado contrário.
Será que ele observa assim como uma gaivota por entre as rochas a beira mar?
Que sonha e divaga como os poetas regados a álcool, rei das calçadas do Centro?
Será que ele tem os olhos cintilantes?
Que é homem?
Mulher?
Bicho?
Flor?
Será que é possível?
Será que é mito?
Novela?
Alegria?
Bicicleta geminada?
Mouse de maracujá levado à boca de aviãozinho?
Eta menino mimado!
Será que ele é pleno, infinito, eterno e justo?
Será que ele ri ou torce o nariz?
Cara torta.
Monalisa descompassada de algum Leonardo Divino.
Rouxinol aveludado na soleira da porta da casa da avó.
Será que ele é energia?
Será que ele brilha?
Será que ele existe?
E se não existe o que será o amor?
E se não for amor?
Que será esse bichinho gostoso remoendo lá dentro que emociona e subverte aos gracejos de um sorriso?
Falta de eixo.
“MALEMOLÊNCIA” ritmada dos ossos.
Cobertor de orelha.
Corpos desnudos no algodão branquinho.
Saudade interminável mesmo pertinho, que de tão pertinho me sinto pequenino.
Vontade de me fazer menino para ser protegido pelos seus braços rijos.
Prazer de ter você ao meu lado enquanto Orpheu entorpecido e “Báquico” , ritualisticamente nos encanta, e nos protege.
Mas se não for amor?
Se não for amor, então eu não me importo mais com o amor, não o conheço, não o quero e nem tão pouco passarei minha vida a procurá-lo.
Porque hoje é assim que sou FELIZ.
Mesmo sem saber se isso é amor! Amor!
Hoje sou feliz,
Feliz como um menino-homem, serelepe e ingênuo,
Que surpreso sorri ao ganhar o tão sonhado presente de natal.


14/09/2007