
Por hoje não vejo a luz.
Pelo menos por hoje não vejo a luz.
Hoje o dia amanheceu cinza.
A neblina pairou e parou.
A névoa envolve o fofo corpo coberto.
Mas não cobre a cabeleira raspada.
Espirro!
Por hoje não vejo a luz.
Corrida em vão.
Esteira elétrica sem destino.
Suor, cansaço, desgaste.
Casto, engulo seco o sapo gelatinoso.
Incredulidade.
Por hoje não vejo a luz.
Números, códigos de barra, robô sem voz.
Inexpressivo.
Apático.
Permaneço.
Estouro
Por hoje não vejo a luz.
No ouvido, o resquício fresco das vozes dissonantes.
Na boca, gengivas menstruadas.
Nos olhos a exaustão.
Na voz a fúria da repetição.
Ventríloquo da globalização.
Por hoje não vejo a luz
Dos olhares, o olhar errado.
Dos beijos a boca errada.
Das carícias o corpo errado.
Dos sonhos, o cenário errado.
Do poeta gauche
A certeza da incerteza de mais um dia.
Por hoje não vejo a luz.
A casa:de chocolate.
O carrinho: que bate bate.
O animal de estimação: de pelúcia
O romance: da novela.
A felicidade: dos livros de auto-ajuda.
O sonho: da padaria.
A história: de contos de fadas.
Utopia.
Por hoje não vejo a luz.
Pelo menos por hoje não vejo a luz.
Pelo menos por hoje não vejo a luz.
Hoje o dia amanheceu cinza.
A neblina pairou e parou.
A névoa envolve o fofo corpo coberto.
Mas não cobre a cabeleira raspada.
Espirro!
Por hoje não vejo a luz.
Corrida em vão.
Esteira elétrica sem destino.
Suor, cansaço, desgaste.
Casto, engulo seco o sapo gelatinoso.
Incredulidade.
Por hoje não vejo a luz.
Números, códigos de barra, robô sem voz.
Inexpressivo.
Apático.
Permaneço.
Estouro
Por hoje não vejo a luz.
No ouvido, o resquício fresco das vozes dissonantes.
Na boca, gengivas menstruadas.
Nos olhos a exaustão.
Na voz a fúria da repetição.
Ventríloquo da globalização.
Por hoje não vejo a luz
Dos olhares, o olhar errado.
Dos beijos a boca errada.
Das carícias o corpo errado.
Dos sonhos, o cenário errado.
Do poeta gauche
A certeza da incerteza de mais um dia.
Por hoje não vejo a luz.
A casa:de chocolate.
O carrinho: que bate bate.
O animal de estimação: de pelúcia
O romance: da novela.
A felicidade: dos livros de auto-ajuda.
O sonho: da padaria.
A história: de contos de fadas.
Utopia.
Por hoje não vejo a luz.
Pelo menos por hoje não vejo a luz.
Porque a vela se apagou?
A vela do bolo de um ano,
Não ilumina como antes.
A da primeira comunhão se quebrou.
A da crisma não existiu.
A do casamento nem existe.
E nos aniversário da velhice.
As velas foram esquecidas.
Apenas o bolo c/ glacê branco amarelado.
Serotonina aos marginalizados.
Acabou a luz.
Nem lamparina, nem lampião.
Nem tocha, nem fogueira.
Nem isqueiro, nem lanterna
Nem o fósforo esquecido no fundo da gaveta.
Acabou a luz.
Acabou a luz, porque acabou a fé.
Porque acabou a esperança.
Porque não adianta mais sonhar
Porque os sonhos não se realizam.
Acabou a luz porque o homem desconhece a palavra carinho.
Porque o carinho resultou em fast-food sexual.
Acabou a luz porque acabou o amor.
E acabando o amor, acaba a energia.
A mesma energia que me faz cantar,
Representar,
Pintar
Sonhar
Brincar.
Viver.
Hoje não há razão de viver.
Pelo menos por hoje não há razão de viver
Porque hoje não vejo a luz.
Pelo menos por hoje não vejo a luz.
Antonio Ranieri
27/06/2007
5 comentários:
Ranieri e sua veia art�stica...
Belos textos, belas montagens...
Um forte abra�o
Jo�o Paulo
te sinto vivo meu amigo
tenho ate hoje seu texto sobre a amizade de 10 anos atras lembra
lindo amei seu blog
depois te mando
bjo
Há muito tempo eu tbém não consigo ver a luz...nem ter energia...nem ter alegria...quando encontrar, por favor, me avise onde está.
Sylvia
No final túnel sempre existe uma luz, por mais que possa pensar q acabou a luz em um momento inesperado ela pode acender e não se surpreenda. è isso aeee sr ranieri desculpa o sr.
ahuahauahau
genial
Postar um comentário