quinta-feira, 4 de junho de 2009

Pombas Urbanas

Um maldito rato voador cagou no meu “possante”.
Sempre ouvi dizer que é muito perigoso,
Que pode transmitir doenças e até cegar.
Fiquei desesperado.

Uma mão no volante e a outra no celular.
Minha irmã declarava:
- Corre com ele daí!
No atendimento,
Um sujeito bizarro com as mãos sujas de óleo disse:
- É, tem cura. Mas em alguns casos pode ser fatal!

Antes mesmo que eu percebesse, ele estava todo empipocado.
Então faltou lhe o ar e começou a empalidecer.
Engasgou.
E no meio da avenida, entre tantos outros da mesma espécie.
Morreu!

Faz dois dias que caminho sozinho e amargo.
Me divido entre ressuscitá-lo ou enterrá-lo de vez.
Armado de uma porção de ração
A espreita.
Espero os assassinos para me vingar.

Antonio Ranieri

04/06/2009

3 comentários:

Djalma Lima disse...

O irmão de um amigo meu morreu de uma doença de pomba. Ele tem ódio delas. Porém muitas são alimentadas por senhoras idosas e pipoqueiros. Adorei o final da procura do assassino. Vou ler as outras.

Dolly disse...

Fico feliz em saber que voltou a escrever.É tão libertador!
Gostei do texto,só fiquei na dúvida,será uma crônica ou um mini conto.O texto parece transitar entre os dois gêneros.Mas acho que isso não vem ao caso. Anyway! Escrevo mais qdo tiver um tempinho.
Bjs

Walner Danziger disse...

Rani,
Que bom que retomou os trabalhos por aqui. Assim é que é. Vamo em frente. Curti tua escrita. Vou recomendar e linkar lá nas paredes do barraco.
Saravá!