quinta-feira, 15 de julho de 2010

antônimos


Ele subiu a Serra. Meses de trabalho árduo, decidiu que seu corpo precisava descansar, mas carregava por todo o canto em seu bolso o seu parelho celular.
Ele tomou banho, e desejou ficar largado, colocou a primeira roupa que retirou da mala, mas antes disso passou o melhor creme de barbear, modelou a silhueta e pôs a melhor essência.
Ele disse que odiava chuva, sempre disse que era feito de açúcar, mas hoje olhava para o horizonte e deseja que fosse um dia de calor para poder se esbaldar nas poças d’água.
Ele disse que passaria dias de tranqüilidade, faria a tão sonhada e planejada dieta, mas quando ouviu a tempestade, abraçou a melhor garrafa de vinho e se postou perto da lareira.
Ele pensou em relaxar, e deixar pra trás tudo que o fizesse abstrair as reminiscências, mas não tirava do “repeat” a mesma musica que ouviu incessantemente durante a viagem.
Ele retirou de uma caixa de madeira dois livros que decidiu ler fazia tempo, mas debaixo retirou fotos, recortes, “trecos” que o fez sem querer sorrir e chorar no mesmo instante.
Ele então jogou pro alto a caixa de madeira, ficou irritado em descobrir que tudo aquilo que supostamente havia planejado não estava acontecendo.
Então aumentou o som, na mesma musica de dias.
Deixou de lado a taça e entornou a garrafa inteira de vinho.
Saiu correndo e pulou todas as poças d’água que viu pela frente.
Voltou pro quarto tomou um novo banho, colocou o mesmo perfume, que havia ganhado de presente, vestiu a roupa nova que estava escondida no fundo da mala e saiu.
No meio do caminho ligou o celular e disse:
- Me espera, não da mais pra me calar com você.

Nenhum comentário: